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| As aulas de Fotografia e Audiovisual acontecem todas as terças e quintas no horário da tarde e são ministradas pelos professores Leo Lima, Paulo Barros e Leo Miranda coordenados por Leon Diniz e Mariluci Nascimento. |
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| A companhia EnsaioAberto está a todo vapor. |
Você que passa apressado pela Av Rodrigues Alves no Cais do Porto, qual a primeira impressão que você tem? Um lugar escuro, ermo e poluído? É, essa pode ser a primera impressão que todos teem quando simplesmente passam por aqui, e é em cima dessa impressão superficial que nossos governantes se acham no direito de chegar e alterar tudo com a intenção de "revitalizar" essa região. Vale lembrar que "revitalizar" é reviver. Mas reviver o que? Se pararmos para observer, existe um imenso projeto que pulsa no Armazém 6, o "Armazém da Utopia". Aqui utilizando o espaço existe uma grande companhia de teatro chamada
Ensaio Aberto cujo projeto atual é a montagem da peça, "Missa dos Quilombos" que será apresentada em Portugal.
Em uma outra parte neste mesmo armazém existe um outro projeto em andamento, um excelente curso de fotografia e edição de vídeo que está dando oportunidade a jovens que não teriam como pagar por um curso como este.
Feito um esboço do que existe aqui no Armazém 6 do Cais do Porto eu te pergunto: Este espaço está realmente morto ou precáriamente utilizado?
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| Foto de aluna já empregando as primeiras técnicas do curso |
Estamos nos anos de pré Copa e pré Olimpíadas e o governo quer convencer à todos que precisamos arrumar a casa para recebermos nossos turistas, então todos os terrenos que são interessantes para esse projeto estão sendo tomados sem se importar com quem vive ou utiliza aquele espaço. Em tese nossos governantes não teriam que olhar por todos? Porém o que vem acontecendo é o descarte e a expulção do pobre e a implantação de áreas que serão voltadas aos turistas e pessoas de renda mais alta. É como um virus que vem se espalhando rápidamente pela Zona Portuária, "o virus do desenvolvimento." O desenvolvimento não é ruim, de forma nenhuma é questinável a intenção de querer melhorar, arrumar, limpar, trazer mais pessoas a usufruirem de um espaço público, o que é totalmente questionável e triste é o governo chegar em uma área onde já existem pessoas e projetos e tirar essas pessoas, desalocar esses projetos para que a dita "nata da socoiedade" venha ocupar. Em que eles são melhores que nós? Por que nós temos "abrir alas" para eles passarem?
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| "Nada deve parecer impossível de mudar." - Bertolt Brecht |
Que venham as obras, a melhoria, a limpeza, a iluminação e tudo que há de melhor porque nós merecemos isso, nós queremos isso mas de maneira nenhuma podemos aceitar calados que outros tomem para si o que já tem dono, e o dono não sou só eu que escrevo ou você que lê, o dono é o povo. O mesmo povo que elege o governante que pretende exupulsá-lo de sua casa se isso for "em prol de um bem maior" como eu já ouvi argumentarem. Maior que o direito de morar? Maior que o direito de trabalhar ou estudar? Se formos olhar por números, quem está em maior quantidade, a burguesia ou o povo? E o que é um "bem maior"? Um evento de grande porte como a Copa ou a Olimpíada, que é verdade, é bonito, é alegre, trará turistas, trará esportistas, trará notoriedade para o país, mas que durará um mês cada um? Eu sei que existe um grande leque de negócios e possibilidades por trás desses na prática dois meses mas o que questionamos e que por que a população não pode simplesmente se inserida nesse projeto, por que o governo eleito por essa mesma população não os defende ou os protege ao invés de expulsá-los? E principalmente quando a intenção é movida pelo capitalismo selvagem da iniciativa privada, que almeja construir Shoppings Centers onde há um polo artístico e popular, por que o governo simplesmente se cala?
O povo, a maioria da população, não sabe a força que tem. Ou não sabe como nem por onde começar. Nós precisamos nos unir, porque sozinhos não podemos nada mas unidos somos como uma cupinzama capaz de derrubar a maior das árvores.
E é por isso que estamos aqui, nos movendo, com o propósito de mostrar a população do resto da cidade que existimos e que a Zona Portuária não está morta, logo a palavra não é "revitalização" e sim "reestruturação", manter o que já existe melhorando o meio e dando oportunidade para que venham mais pessoas e não tirando uns para colocar outros.
Se ficarmos calados, qualquer um falará e decidirá por nós.