Existem dois tipos de dor, a dor gradativa e a dor de explosão.
A dor gradativa é aquela que acontece aos poucos, vai aumentando e não se sabe a que ponto ela chagará.
Já a dor de explosão pode ser muito mais forte e intensa, mas quando você vê, ela já acabou, já passou e o que fica é a sensação até prazerosa de alívio, a deliciosa inércia voltando ao ponto de descanso.
A dor gradativa é a mordida no lábio, o puxão de cabelo, o silêncio, o observar sem nada dizer. A não resposta. Não há vontade nem prazer, exceto naquele que a provoca.
Já a dor de explosão, ahhh, essa sim, ela é intensa e boa, esquenta e faz o sangue correr mais rápido, ativa os sentidos, e aquela que te joga numa sensação de alívio, de relaxamento.
A dor de explosão pode ser o tapa ou a palavra dura. O choque de realidade que te coloca de volta ao prumo, que te mostra pra que lado andar.
Em tese, tememos que nos aconteça o que somos capazes de provocar nos outros.
Qualquer coisa pode nos acontecer. Mas não esperamos certas coisas, apenas somos obrigados a vivê-las.
Só teme receber o bem quem é incapaz de fazê-lo sem interesse ou medida.
Quem se constrange em receber o bem, já teve inúmeras oportunidades de fazê-lo e simplesmente não o fez.
Pobre do ser humano que provoca a dor gradativa, porque esse passa a vida com medo dela.

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