Às vezes sinto como se segurasse uma borboleta nas mãos.
Fazendo um oco nas palmas, deixando que viva ali dentro.
Ela quer voar, ela PRECISA voar mas eu simplesmente não consigo abrir as mãos e deixá-la ir...
As borboletas são seres que devem permanecer livres.
Eu sei o que devo fazer mas simplesmente não consigo fazer...
Permaneço sentada neste banco de praça sendo envolvida nesse mundo cheio de cores mas imóvel, ela está ali na minha mão, dentro da conchinha que criei, não a vejo pelas mãos fechadas mas sei que está lá, que existe e isso ja basta.
Pode ser que eu abra a minha mão e ela nem sequer levante voo, que continue ali perto de mim mas a simples possibilidade de vê-la indo embora me traz pânico, tristeza e dor.
Nunca preferi agonizar, fora neste caso que sigo inerte.
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