Capaz de transformar armas em aviões na favela pondo de lado
seus próprios interesses ou observando e denunciando a conduta da polícia está
essa pessoa que fala pouco de sua vida pessoal talvez por julgar que a vida da
comunidade é muito mais importante que a sua.
Este fotógrafo que enxerga tanto por traz de sua lente
demonstra que tem tanto mais dentro de si, um vasto universo de ideais e
sentimentos que brilha pelas suas janelas castanhas.
Esse garoto que tem o tênis furado, passa quase a semana
toda com a mesma roupa e duvido que guarde dinheiro no colchão, torna-se homem
quando fala, ensina, questiona, reclama,
argumenta e volta a ser um menino quando contesta o fato de ter que ter
postura de professor em um ônibus lotado de crianças tendo que prezar pela
ordem. Tal qual criança que precisa comer seus legumes ele faz o que precisa
ser feito mesmo que não queira fazê-lo, tornando-se novamente o adulto que
realmente é.
É muito clara a sua alegria quando põem em prática seus
planos, não para passar adiante um conteúdo pedagógico, mas principalmente por
levar pessoas a terem uma visão mais ampla do mundo, a terem um olhar diferente
sobre a vida, proporcionando às suas crianças coisas que ele próprio não teve
acesso na infância, dano uma coloração mais quente à vida.
Por tudo que eu disse Leo, “faz esse favor aê”, não muda
nunca não...
